domingo, 31 de outubro de 2010

Despedida - Rubem Braga

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor pensar que a última vez que se encontraram se curtiram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

poesia do dia

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

Mário Quintana

sábado, 9 de outubro de 2010

Frases que antecedem a morte

Existem algumas frases que sempre são faladas antes do momento fatídico. Conheça estas frases e fique atento:

- Essa dor no peito não é nada!
- Esse iogurte venceu só a dois dias, pode comer numa boa!
- Pula aí que eu te seguro!
- Pode deixar que eu dirijo bem melhor quando eu tô bêbado!
- Tu tem certeza que teu marido não vai chegar, né?
- Atira se for homem!
- Atravessa correndo que dá.
- Sabe qual a chance de isso acontecer? Uma em um milhão...
- Tem certeza que não tem perigo?
- Confie em mim.
- Capacete? Imagina, tá calor.
- Desce desse ônibus e me encara de frente, sua bicha!
- Você é grande mas não é dois! (clássica)
- Relaxa, minha mulher não tem a senha do meu MSN!
- Pode passar a mão, é pitt bull mas é mansinho...
- Pode ligar, a voltagem tá certa!
- Qualquer idiota sabe mexer com eletricidade!
- Vocês duvidam? Duvidam que eu pego essa aranha na mão?
- Fica tranquilo... tá comigo tá com Deus! (Literalmente)

ESTAS SEMPRE SÃO SEGUIDAS DE UM FIM TRÁGICO!
- Querido, deixa eu dirigir desta vez?
- Você engordou né, querida?
- Querido, mamãe vem morar conosco! (esta acaba em suicídio rsrs)

áries (by Sarah)